sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pense. Ame. Viva! entrevista Banda Swell.

Da esquerda pra direita: Vincent, Márcio, Lucas, Zoreba e Kadu. 

É com enorme alegria no coração que mostro-lhes a entrevista que fiz com a Banda Swell. A banda é formada atualmente por Lucas Solaris (Vocal), Kadu Carvalho (Guitarra), Daniel Zoreba (Saxofone), Márcio Iahn (Baixo) e Vincent Renault (Bateria). A conversa rolou em clima de descontração com o Lucas e com o Kadu, que foram super simpáticos, carinhosos e pacientes com minha falta de desenvoltura na entrevista! Afinal, além de ser a primeira entrevista da minha vida, é com uma banda que amo demais e há tanto tempo! Batemos um papo super legal sobre a nova fase da banda, as mudanças ocorridas em oito anos de estrada e o lançamento do novo disco "Seu canto, Nosso canto", que sai do forno no próximo dia 31, às 16:20; disponível aqui mesmo na internet.
Sem mais, deixo vocês com a banda Swell!

Dá pra ver a felicidade no meu sorriso, né?

Thaís Peace: Como tudo começou?
Kadu Carvalho: Olha, eu não sou a melhor pessoa pra responder isso porque eu entrei na segunda formação. Mas na primeira formação da banda, os caras se conheceram como a maioria das bandas se conhecem; no mesmo bairro, na mesma escola. Mas a partir do momento que eu entrei na banda houve outras trocas de integrantes, entrando a galera já se conhece da cena mesmo. O Lucas eu convidei depois, porque eu já conhecia pelo trabalho solo que ele tinha... e foi assim que se chegou nessa formação atual.
Lucas Solaris: Na verdade essa nova formação só chegou a fazer um show até agora, que foi em São Paulo e a gente ainda estava na transição da formação, onde tocamos com outro baterista. Agora, com a entrada do Vicent fechamos a formação, e a Swell está pronta!!


Por quê Swell?
Kadu: Nós herdamos o nome Swell da primeira formação, que só tinha surfista e agora tem mais skatista do que surfista na banda (Risos). É que Swell, significa a "ondulação", que vem chegando devagar até formar as boas ondas que quebram com força na praia.
Lucas: Como o nosso som é bem "praieiro", e temos a mesma intenção da "ondulação", ou seja, chegar suave pra depois quebrar tudo, com força, achamos que o nome tem tudo a ver com o espírito da banda.


Por que os outros integrantes saíram e como que está sendo essa nova formação?
Kadu: Tudo começou com a saída do Diego (antigo vocalista), que também trabalhava com edição de vídeos, e acabou optando por esta carreira e a gente respeitou sua decisão. Como ele era o vocalista principal, o nosso "front man", a gente pensou: "Ou procuramos um novo vocalista, ou alguém da banda assume, no caso eu." Decidimos por convidar o Lucas, que vinha desenvolvendo um trabalho solo bem interessante onde ele era o vocalista de uma banda virtual! Então... uma banda sem vocalista + um vocalista sem banda = união perfeita! (Risos) E os outros caras que saíram, o baixista e o baterista, também optaram em seguir outros rumos, ficando apenas eu e o Zoreba.
Lucas: Eu sou de Recife (PE) e já estou há dois anos no Rio, e um dos primeiros shows que fiz aqui foi num evento em que a Swell também tocou. E ali mesmo já pensei: "Pô, esses moleques são da minha vibe." Nessa época eu tinha meu projeto solo, mas estava meio cansado de fazer tudo sozinho... compor, tocar, viajar! E quando o Kadu me convidou, eu aceitei de boa!!


Juntou o útil ao agradável, então?
Lucas: É, o CD é a prova disso, dos encontros e desencontros inesperados onde cada um que entrou trouxe a sua bagagem musical, gerando uma nova Swell, mas sem perder a sua essência. Como aconteceu também com a entrada do Márcio Ihan assumindo o baixo e do Vincent assumindo as baquetas, já que o Paulo Vitor saiu antes de lançarmos o CD.
Kadu: É, o Paulo Vitor é um grande parceiro nosso, e graças a Deus nunca rolou de ninguém sair da banda por inimizade. Ele saiu porque morava em outra cidade, tinha pretensão de mudar-se para o Rio, o que acabou não acontecendo, dificultando a sua permanência na banda.
Lucas: É, mas foi ele que gravou todas as baterias do CD e o nome dele vai estar nos créditos do disco. Diz ele que com isso já ficará feliz pra caramba! O Paulo Vitor continua sendo nosso parceiro!!


Os fãs sentem quando saem alguns integrantes. Como vocês viram a reação do público quando saiu grande parte da banda? Por que cada fã tem aquele cara que se identifica mais, né?
Lucas: Então, é exatamente isso que a gente vai experimentar com o CD novo, nessa nova fase. A gente está lançando agora um novo trabalho com a nova formação, isso será a Swell a partir de agora! Houve várias mudanças, e a reação do público a elas só vamos descobrir com tempo...
Kadu: É natural essa sensação de perda no público quando algum integrante sai, sempre fica aquela sensação de vazio, e aí vem os questionamentos: "E agora, será que vai mudar muito? Como é que vai ser, será que vai melhorar ou piorar?" Isso é natural, mas depois a galera se acostuma. Eu acho que eu não conseguiria viver é sem tocar, sem ter uma banda. Então a gente se viu obrigado a fazer essas mudanças para podermos continuar em frente!!


Não dá pra perder, galera!

Falando no CD novo... Lucas, você fez uma participação na música do Oriente (Hoje eu me sinto tão bem), e o Bonde da Stronda e também Igor Bidi vão fazer uma participação no CD de vocês... isso é uma influência do rap?
Kadu: Não, não é uma influência. A gente optou por experimentar novos sons, fazendo parcerias com quem não tinha absolutamente nada a ver com a gente... Tal como aquele "Estúdio Coca-Cola" que rolou a um tempo atrás, que unia vertentes totalmente opostas num mesmo palco.
Lucas: Exatamente, na música que o BDS participa por exemplo, ela começa com um som mais eletrônico, que é a parte que a gente canta, e a parte que eles cantam é mais com o som da banda. Então teve essa mistura que ficou bem legal, nós fizemos com a pegada eletrônica deles e eles fizeram com a nossa pegada de banda.
Kadu: E no caso da música "Hoje eu me sinto tão bem", eu acho que é o Oriente que faz participação na música. (Risos)
Lucas: É, essa música eu já tinha lançado no meu trabalho solo e certo dia eu toquei numa roda de rima, que é uma das coisas que acontecem na cena rap, e ali eu conheci os moleques do Oriente. Eles acharam a música legal, fizeram as rimas e resolvemos gravar. Como eles incluíram no Cd deles, ficou parecendo que a música era deles com a minha participação. Mas agora nós demos nova roupagem ao arranjo da música, versão Swell, e fará parte também do nosso CD, contando com a participação do Oriente.
Kadu: Tem a participação do Diego Miranda também, vocalista do Scracho, que é nosso camarada de longa data e a gente tem o maior respeito e admiração pelo trabalho deles. Nesse caso, esta participação tem mais a ver com o nosso som.
Lucas: Lembrando que o Igor Bidi também faz participação numa música, ele que é um parceiro nosso que faz rap de primeira e que, mermão, ficou alucinante, foi a música que ficou mais rock com rap, tipo muito rápido. Ficou legal pra caramba, flipadão!!! (Todos riem com a empolgação do Lucas ao falar da música!)


Então o rap é presença certa no "Seu canto, Nosso canto"?

Kadu: É, e muito por causa do Lucas que gosta de experimentar misturas de sons em suas músicas, mas atualmente com bastante influência de rap. E por ele ser o vocalista, acabou por trazer essa vertente com mais força pro nosso som.
Lucas: É, hoje em dia todo mundo pergunta qual é o estilo da Swell, e a gente fala que é um rock com rap e com reggae. E antes era uma parada mais surf music, ska, então a gente fez uma mudança no som, mas sem perder a identidade original da Swell.
Kadu: No CD tem ainda aquelas baladas clássicas de reggae, tem aquelas mais porradas também, que a molecada estava sentido falta, eu digo os cuecas, né... (risos), nesse disco eles não vão sentir muita falta não.


Se vocês não trabalhassem com música, o que seriam?

Kadu: Cara, essa é uma pergunta que eu sempre tive dúvida em responder, porque eu cresci tocando guitarra, sempre sonhei em ter uma banda e trabalhar com isso, então eu não sei exatamente, mas talvez eu pudesse trabalhar com alguma coisa ligada à marketing, publicidade, alguma coisa desse tipo.
Lucas: É, o Kadu é bom em vendas! Kadu tem uma guitarra de dez mil reais que ele comprou por trezentos reais, e ele foi trocando, trocando e hoje em dia ninguém sabe mais. (Risos)
Kadu: Espírito empreendedor, né?! (Risos)
Lucas: É, espírito empreendedor daqueles que se você der pra ele um chocolate... um dia ele será o dono da fábrica do bis! (Mais e mais risos) Já estou cursando publicidade e vou me formar no próximo ano. Mas eu já toco com banda desde os treze anos, então eu sempre vi a minha profissão como músico. Tanto que estou aqui no Rio, botando a cara aí, correndo atrás mesmo do sonho.
Kadu: E acho que os outros meninos da banda, o Zoreba, o Márcio e o Vincent também tem a mesma expectativa sobre profissão, todos tem um plano "B", mas o plano "A" é viver da música. A gente tem a mesma pegada tocando, temos a mesma técnica, é tudo muito equivalente. A gente começou na mesma época, todo mundo da mesma geração, então todo mundo tem o mesmo sonho, por isso que a banda tem essa formação que tem hoje, porque todos da banda resolveram apostar no sonho até o final. Só ficou quem é de verdade mesmo, quem tinha dúvida na carreira optou pelo outro lado e se foi. E a gente está aqui tocando o barco.


É, vocês estão em sintonia, deu pra ver na twitcam que está bem legal mesmo o som.

Kadu: Embora o som da twitcam estivesse ruim, né? (Risos)
Lucas: É, na verdade, está todo mundo ansioso, apreensivo pra lançar o CD. Já queríamos ter lançado a algum tempo mas rolaram alguns imprevistos no caminho, pois tudo é muito difícil pra banda independente...
Kadu: Pois é, o CD foi todo feito por nós, a produção, as prés, a gravação... Foi uma correria imensa!! Mas agora vai sair e a gente está feliz pra caramba com o resultado, pois ficou bem perto do que a gente queria mesmo, bem perto da perfeição!
Lucas: Ah, é impossível chegar a perfeição!!
Kadu: Todo mundo que grava CD, todo mundo do meio sempre tem essa filosofia... O artista nunca está contente com o próprio trabalho!!! Existe uma busca pelo melhor eternamente. Então, se você for perguntar para cada um da banda se a gente está totalmente feliz com o CD, não... sempre tem algo a mais para acrescentar.
Lucas: É, mas isso faz parte. É isso que move as pessoas a buscarem a evolução, tentando melhorar sempre. Mas é isso aí, estamos doidos pra lançar o CD e principalmente pra fazer shows, tocar essas músicas para o maior número de pessoas possível.


Vocês vão lançar o CD pra download no site oficial da banda, assim como muitas outras bandas que ganharam força na internet. Vocês acham que isso é uma tendência a ser seguida pelas bandas já consagradas fora da rede, ou não, é mesmo uma característica só das bandas independentes?

Kadu: Cara, eu acho que não dá pra nadar contra a corrente, CD não vende mais hoje, você tem que lançar tudo de graça na internet mesmo. Não tem como, CD não vende em loja e no Brasil não temos a cultura do download pago. Então a gente optou pelo lado mais fácil de se divulgar música. Tudo bem que a gente tem um custo pra isso, mas na verdade é um investimento! Pra gente tocar o nosso rumo, temos que ter um cartão de visitas, que é o nosso CD. Mas você tentar lucrar com disco hoje em dia é uma realidade que não funciona.
Lucas: As bandas independentes hoje vivem mais dos shows, do merchan... E podem esperar que vamos fazer uma tiragem do CD físico pra ser vendido nos shows, para os fãs que curtem um material autografado pela banda!!
Kadu: Não só as bandas independentes, a grande maioria hoje vive de shows, vive do espetáculo em si, não da venda de CD.
Lucas: E também, além do CD, vamos lançar vários clipes. Pelo menos de umas cinco músicas... e não só lançar o clipe oficial, mas trabalhar em uns web clipes também.


E tem previsão de alguma música pra clipe?

Kadu: Neste momento estamos focados na divulgação do CD, depois lançaremos os clipes...
Lucas: Na verdade a gente quer contar com a ajuda do público para escolher as músicas que terão clipe. É só esperar um pouco, porque nós já temos as nossas apostas.
Kadu: É tipo um termômetro. A gente vai ver quais músicas a galera gosta mais, aí estas estarão mais cotadas pra clipe! E de repente pode rolar clipes com as participações também.
Lucas: Como no CD tem rock, rap, reggae, baladas... de repente rola um clipe de cada vertente, sei lá, são tantas opções!! (risos)


Deixem um recado para os fãs do blog (Que são poucos!) e para os fãs da Swell (Que são inúmeros!)...

Kadu: Fãs do blog, ouçam Swell e sigam o blog! (Risos, risos e mais risos). E para os fãs da Swell... Pô, cara! São poucos também, né, não tem muitos... A Swell é uma banda bem conhecida, mas os fãs que vão aos shows ainda são poucos. Porque a gente, na verdade, está recomeçando; e aquele público que curtia a banda lá no começo, essa galera hoje está mais velha, está em outra vibe, se marcar tem até pai de família... porque a banda já tem 8 anos e nós só começamos a focar o lado autoral em 2006, porque antes a banda tocava cover na noite, e aí não sei se conta!!!
Lucas: É, isso que o Kadu falou é certo mesmo, é um recomeço, estamos lançando trabalho novo, uma identidade visual nova, logo nova, CD novo. A gente está bem feliz com o resultado, mas também estamos doidos pra ter o feedback da galera. E "vamo que vamo" que essa nova fase tem tudo pra ser a melhor fase da banda.
Kadu: O que eu peço pra galera das antigas que ouve Swell, é que eles ouçam esse disco com bastante atenção, sem esperar que a banda fosse tocar sempre a mesma coisa. Nós passamos por essa mudança que foi natural e isso é importante, é a evolução da vida. Então a gente espera que as pessoas ouçam com carinho, e que a gente possa ser uma banda bem sucedida nesse sentido, de ter um material bacana, sincero e que seja uma coisa recíproca, uma coisa verdadeira... Pô, se a pessoa gostou realmente do som... vai lá e busca, pede show da gente, segue a gente no twitter e no facebook. Nós não temos aquela fixação de banda que fica pedindo pra tocar em evento, tipo: "Vote em mim pra tocar no evento tal, entre na nossa página que você ganha um chaveiro da Swell!" Não tem isso! Tem que ser natural, gostou vai lá e faz, entendeu? Eu só quero que o público entenda isso e jogue junto com a gente.


Twitter Facebook Site Oficial

Agradecimentos à: Minha mãe, Talita Lopes, Paloma Pereira, Beto Urbano, Tainã Oliveira, João Pedro Thomé; e claro, todos os meninos da banda Swell.

Luz.


Thaís Peace

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Sou o que quero ser..."


O #MúsicaDoDia hoje é diferente. Pela primeira vez eu coloco um rap e resolvi junto com o parceiro Matheus Costa que deveria ser um rap carioca! 
Quem sou eu é uma canção do grupo Oriente, natural de Niterói, RJ, surgiu em 2008 e desde então seus integrantes Nissin (MC), Chino (MC), Bruno Silva (Violino, Baixo, Flauta, Bandolin), Geninho Beatbox e Forage (DJ, beatmaker e produtor) vem conquistando cada vez mais fãs por onde passam. Quem sou eu é faixa do disco Desorientado, lançado no fim de 2011. A voz feminina que você ouve na música é de Mari Duarte e sua letra é cantada por Chino. Não tem vídeo oficial desse rap, mas vale muito a pena curtir o som do Oriente. 
Oriente-se, Rapaz! 

Quem sou eu, Oriente. 

Eu sou destino incerto, sou estrada, sou andarilho
Sou gente, sou deus, animal, ser humano, sou pai e filho
Sou o que eu vejo, o que tu vê, sou gota d'água, estopim
Eu sou pavio, sou a bomba, sou início, o meio e o fim
Eu sou a cor, sou o cinza, sou predicado e sujeito
Eu sou a cena do crime, sou testemunha e suspeito
Eu sou a luz, sou o escuro, sou criador, sou criatura
Sou a praga, sou a salvação, eu sou a doença e a cura
Sou o que foi feito, o que eu faço, sou futuro do que eu fiz
Sou professor, sou aluno, perfeito eterno aprendiz
Sou cicatriz, sou ferida, sou mago, sou vida e morte
Sou um trevo, sou um duende, sou jogo de azar e sorte
Sou a órbita irregular, gira e volta que o mundo dá
Os quatro elementos, sou terra, sou fogo, sou água e ar
Eu sou alah, krishna, shiva, sou trevas e sou luz
Eu sou buda, sou lutero, sou lúcifer e jesus

Sigo proucurando quem eu sou, sou o que quero ser
Sou ser-humano, permita-se ser
Nas voltas do mundo de um tempo que não passou
Não tento ser o que querem, simplesmente sou o que eu sou

Eu sou o que freud não explica, o que nostradamus previu
A descoberta do século que Einstein não descobriu
Sou um anjo de asa quebrada o cuja auréola caiu
Sou mundo inteiro, mistura, sou caboclo, sou BRASIL
Sou cigarro depois do almoço, o primeiro reet do dia
Sou uma taça de um bom vinho com uma boa companhia
Eu sou fogueira na serra, sou acampamento em martins
Sou tênis velho, sk8 no pé, blusão e calça jeans
Sou tarde chuvosa de terça, metamorfose ambulante
Sou o agora, sou o depois, e tudo que já fui antes
Sou cachoeira, nascente, sou uma vida a brotar
Sou água que percorre um rio, só pra poder ver o mar
Sou uma cantiga de roda, o sol nascendo no inverno
Sou capeta indo pro céu, um anjo queimando no inferno
Sou a cidade turbulenta, sou uma praia deserta
Eu sou a estrada pro abismo indo na direção certa.
Sigo proucurando quem eu sou, sou o que quero ser
Sou ser-humano, permita-se ser
Nas voltas do mundo de um tempo que não passou
Não tento ser o que querem, simplesmente sou o que eu sou
Sigo proucurando quem eu sou, sou o que quero ser


Luz. 

Thaís Peace